Na Solenidade de Todos os Santos, celebramos o mistério da comunhão dos Santos de DEUS em CRISTO. N’Ele temos o dom do Amor do PAI, tal como a segunda leitura nos ensina, de sermos filhos de DEUS. Esta graça já nos é dada em virtude do nosso Batismo, mas o que recebemos com esta filiação ainda não somos capazes de compreender em sua extensão, pois somente no céu seremos semelhantes a DEUS e O veremos tal como Ele é.
DEUS nos confere, em virtude das graças batismais, uma nova vida, um nascimento que não é “da vontade da carne e do sangue, não de simpatias pessoais ou de motivos humanos, mas de DEUS”. Então, por uma vocação Divina e por um chamado Divino, temos o privilégio de entrar em comunhão com o Senhor e, n’Ele, com todos os Santos. “Como tu, PAI, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós … para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e Tu em Mim”.
A comunhão dos Santos nos faculta uma solidariedade divina, segundo a qual participamos dos bens do Corpo Místico de CRISTO. Este Corpo Santo comporta anjos e homens em uma mútua doação e colaboração que não visa propriamente o benefício individual de um membro, mas o desenvolvimento de todos os mistérios que ainda faltam ao Corpo do Senhor, segundo “o louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força” do nosso DEUS.
Ser cristão é aderir ao CRISTO total, cabeça e corpo, ou seja, a toda a dimensão da Igreja Triunfante, Padecente e Militante. Assim, se um membro sofre, sofremos com ele; se um membro se alegra, alegramo-nos com ele. Daí, vivemos como irmãos e com os olhos fixos em DEUS, com perspectivas amplas e contrárias às grosserias que se propagam no mundo e que seguem uma lógica terrena e limitada.
O que nos importa é bem viver esta vida em ordem a realidades que não passam, segundo a graça do Espírito de CRISTO. Para isso, a Sua vida e os Seus ensinamentos são caminhos precisos que temos que percorrer para alcançar o Reino Celestial. No Evangelho de hoje, o Senhor nos revelou algumas exigências deste caminho estreito e íngreme por meio do qual os Santos passaram e que nós teremos que passar para alcançar a salvação: pobreza em espírito, aflição, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, promoção da paz, perseguição por causa da justiça e muitas outras injúrias e males por causa do Seu Nome.
Essas são as bem-aventuranças proclamadas pelo Senhor e, com a disposição certa do Seu amor, portam consigo a recompensa de um bem maior, de uma morada definitiva junto de DEUS. À medida que o tempo passa, cresce, na Igreja, a compreensão e a realização dos mistérios de CRISTO, aumentando a responsabilidade das gerações futuras. Portanto, o nosso dever de hoje é maior do que já foi um dia. Assim, não percamos tempo e tomemos posse, como receptáculos sagrados, daqueles dons que já foram facultados à Igreja. Ainda, clamemos todos os elementos de graça e santidade que não foram postos em prática ou que estão reservados aos tempos finais.
JESUS, antes de Sua ascensão aos Céus, revelou aos discípulos a necessidade de estar junto do PAI, para se realizar a vinda do ESPÍRITO SANTO: “É de vosso interesse que Eu parta, pois, se não for, o Paráclito não virá a vós”. O ESPÍRITO SANTO é, para toda a Igreja e para cada um de seus membros, o princípio de unidade e distribuidor benfazejo que edifica a Igreja, dando-lhe a coesão orgânica e harmônica em CRISTO.
Para que o Espírito Santo de DEUS possa realizar a Sua Obra, Ele precisa da colaboração de homens de boa vontade, que queiram ser instrumentos Divinos. Somente quando os homens permanecerem em DEUS, em graça e santidade, o Mistério da Unidade, de ser um com Ele e com os Santos, se realizará em sua plenitude de força. Pois somos chamados a ser herdeiros de um patrimônio de mais de dois mil anos, de uma “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas”.
Para isso, entremos cada vez mais nos Mistérios de CRISTO e de Sua Igreja com o coração aberto de par em par, dispostos ao Amor. Coloquemo-nos também debaixo da proteção dos Anjos e Santos, implorando a graça de sermos constantemente assinalados pela marca do DEUS Vivo. E assim, fortalecidos e vivificados, vivamos como filhos no Filho, fiéis em meio à grande tribulação e de acordo com o dom da graça que nos é conferido.
Peçamos a todos os Santos o privilégio de sermos uma humanidade de acréscimo aos Mistérios do Senhor, pois é agora o tempo dos “verdadeiros adoradores, que adorarão o PAI em Espírito e Verdade”. Que possamos nos valer dos bens dos nossos Irmãos Santos e, por meio da mútua doação e cooperação, comunicar o que de DEUS recebemos e receber o que de DEUS não merecemos.
Louvado seja Nosso Senhor JESUS CRISTO!