No arquivo de processos de um agente de polícia aposentado, encontraram uma pasta marcada com a letra “A”, abreviação da palavra Anjo. Nesta pasta, ele colecionava acontecimentos nos quais o Anjo da Guarda interveio em favor de seu protegido. Entre outros relatos, encontra-se também a seguinte história:
No dia 16 de agosto de 1936, um assaltante invadiu a residência do Sr. Mobio. Sua filhinha Helga, de quatro anos, dormia no quarto das crianças. O ladrão entrou pela janela e começou a selecionar os objetos de valor na sala de estar, quando a pequena Helga o surpreendeu e lhe perguntou:
“O que o senhor faz aqui?”
“Eu estou procurando as joias de sua mãe.”
“As joias da mamãe estão lá, onde o papai guarda o dinheiro.”
“E onde o papai guarda seu dinheiro?”
“Isso eu não lhe digo, pois com certeza você é um ladrão.”
O assaltante pegou a menina pelo pescoço e a ameaçou:
“Se você não me diz, eu te corto o pescoço.”
“Você não deve fazer isso, pois o meu Anjo da Guarda não lhe permite.”
“E onde está o seu Anjo da Guarda?”
Helga levou o ladrão para seu quarto de dormir, mostrou-lhe um quadro do Anjo da Guarda e disse: “Eu rezo todos os dias para ele me proteger.” Com a inocente ingenuidade da criança, o ladrão se sentiu emocionado; engoliu em seco… Talvez tenha se lembrado de sua mãe e do quadro do Anjo da Guarda que também tinha sobre sua cama… não sei. Por fim, ele disse: “Está bem” e saiu do quarto; jogou os objetos selecionados no chão e escapou pela janela por onde entrara.
Mas, ao fugir da casa, a polícia o surpreendeu e o prendeu. Na delegacia, ele confessou o crime.