As batidas do Coração do Divino Mestre

Quando olhamos para a última ceia do Senhor com Seus Apóstolos, apoiando-nos no Evangelho de São João, vemos que este discípulo tão amado “estava à mesa reclinado ao Peito de Jesus” (Jo 13, 23). Foi um dos momentos culminantes na vida deste Apóstolo, poder escutar as batidas do Coração de seu Divino Mestre, num momento de intimidade sem igual, quando Jesus oferecia o dom mais sublime aos Seus amados discípulos.

O mesmo Evangelista nos narra que, após a morte de Jesus, um soldado abriu este “Peito sagrado” com uma lança, “e imediatamente saiu Sangue e água (Jo 19, 35). E ainda acrescenta: “O que foi testemunha desse fato o atesta e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade, a fim de que vós creiais. Assim se cumpriu a Escritura: ‘Nenhum dos Seus ossos será quebrado’. E diz em outra parte a Escritura: ‘Olharão para Aquele que transpassaram’ (Jo 19, 36-37).

Aqui o Apóstolo fala de tal maneira de sua autoridade como testemunho ocular e sublinha que aquilo que ele está transmitindo é a verdade e, portanto, quer suscitar em nós a fé. Ora, isso nos faz refletir: Porque ele dá tanto valor a este momento em que ele viu o Sangue e a água sair do Coração aberto do Senhor, e coloca neste ponto a referência à nossa fé? É interessante que ele até deixa por um momento a narração da Paixão, dirigindo-se aos seus leitores, advertindo-os à fé: “a fim de que vós creiais”. Deve ter uma razão especial.

E de fato podemos ligar este momento com o mistério central da nossa fé: a Santíssima Eucaristia! O rito da Santa Missa prevê que o Sacerdote, logo após a consagração do vinho, adverte os fiéis: “Eis o mistério da fé!” Atrás desta advertência podemos ver a ligação com a palavra de São João: “a fim de que vós creiais!” É o mesmo mistério! É o mesmo Sangue: o que saiu do lado aberto de Cristo, agora está presente sobre o altar, através das palavras da consagração. Estamos diante da mesma realidade, e o que São João podia ver, nós cremos.

 

“Olharão para aquele que transpassaram”

A solenidade singular com que São João narra este fato nos convida a meditar um pouco mais ainda neste momento. Ao dizer que agora se cumpriu a palavra da Escritura: “Olharão para Aquele que transpassaram”, ele se refere a algo que chama a nossa atenção, porque olhamos para uma coisa que por qualquer motivo nos atrai ou que agrada aos nossos olhos.

Ao olhar para este Coração, notamos que foi aberto após Jesus ter “inclinado a cabeça e rendido o Espírito” (Jo 19, 30). Isto é um detalhe importante. Porque na Cruz, após ter dito Seu “Tudo está consumado” (Jo 19, 30), Ele entra no Seu repouso merecido. E neste momento, permite que um soldado abra Seu Coração, a fim de que nós também pudéssemos entrar e tomar parte de Seu repouso.

Assim se cumpre a palavra: “Vinde a Mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e Eu vos aliviarei. Tomai Meu jugo sobre vós e aprendei de Mim, porque Eu sou manso e humilde de Coração e achareis o repouso para as vossas almas” (Mt 11, 28-29). Agora sabemos o porquê de Jesus ter anunciado: “E quando Eu for levantado da Terra, atrairei todos os homens a Mim” (Jo 12, 32).

E não podemos muitas vezes sentir este repouso do Coração do Senhor
quando ficamos silenciosamente em adoração diante do Santíssimo?
Quantas vezes já se acalmou um coração aflito,
gemendo debaixo de um grande peso, na presença do Senhor no Sacrário!

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