As qualidades e exigências do amor

O amor é a doação total de si a Deus e aos outros. Já no Antigo Testamento, era ordenado amar ao próximo como a si mesmo. Como nem todos se amam ou têm uma autoestima condizente, São Leão Magno adverte: “Cristão, reconhece tua dignidade, … amai-vos como Eu vos amei” (cf. Jo 13,34). O cristão une o amor a Deus e ao próximo como um todo: “quem ama conhece Deus”. Isso significa que quem ama nasce de Deus e tem, concretamente, uma experiência de Deus, que é amor. Ao contrário: “quem não ama não conhece Deus” (1 Jo 4,8). Em outras palavras, o conhecimento de Deus não se reduz a uma questão teórica. Se alguém se declara ateu, pode fazê-lo por dúvidas intelectuais, por falta de argumentos científicos, mas, na prática, trata-se de um vazio de amor. Isso é confessar que não ama e, consequentemente, não consegue ter uma experiência de Deus.

Nunca nos perdemos quando somos bons ou fazemos o bem. É dando que se recebe, como podemos ver no seguinte exemplo: Um cego ia andando para casa. Em dado momento, ele estava perto de uma ponte, mas não sabia disso. Por um triz, ele poderia ter dado um passo em falso e caído no rio, porém uma mão bondosa o segurou. Quem o ajudou? Uma moça, que depois de conduzi-lo, recebeu mil agradecimentos. Ela com muita educação disse-lhe que não tinha nada a agradecer; muito pelo contrário, deveria agradecer a ele. Depois contou sua história: Estava ali para acabar com sua vida, jogando-se no rio. Mas, quando começou a ajudá-lo, percebeu que o problema dele era maior do que o seu e decidiu viver. Foi ajudando o outro que ela se ajudou.

Faz parte da fé, que não conhecemos diretamente e evidentemente, a necessidade de confiança. Vale o princípio de que quem tem fé e vive intensamente o amor de Deus não precisa de nenhum argumento para provar Sua existência. Por outro lado, para quem não tem fé e não vive no amor, nenhum argumento, por mais rigoroso que seja, será suficiente. A fé não é transmitida pelo ensinamento, nem surge como conclusão de um raciocínio. Ela é transmitida pelo testemunho, que é o amor.

O amor parece contraditório, sendo tanto aplaudido quanto coroado de espinhos. As virtudes da fé e da esperança podem desvanecer, enquanto apenas o amor e suas realizações perduram eternamente. O amor é construtivo; assim, qualquer ação realizada com amor será uma ação boa. O amor não se busca por mérito, mas se doa livremente, sendo a gratuidade sua característica distintiva.

O amor está intrinsecamente ligado ao conhecimento; portanto, não se pode amar o que não se conhece. Contudo, o inverso também é válido: não é possível conhecer profundamente o que não se ama. O amor está associado à verdade e à bondade, sendo ele próprio uma manifestação de bondade. Além disso, o amor abarca todas as virtudes; porém, dado que nosso amor é imperfeito, praticar essas virtudes se torna extremamente desafiador. São Paulo expressa a natureza do amor para nos alertar sobre os riscos (cf. 1 Cor 13,4-5). O amor está entrelaçado com a humildade, a cordialidade, a compreensão, o altruísmo e o autodomínio. Aquele que ama “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13,7).

Portanto, a evangelização tem como base primordial educar as pessoas para o amor. Esse é o cerne da vida cristã. Ser cristão é ser alguém que ama e sua medida de cristianismo é determinada pelo amor que manifesta. Isso se aplica tanto ao amor cristão de maneira geral como aos diversos tipos de amor que a vida humana oferece: o amor entre cônjuges, dos pais para com os filhos, dos filhos para com os pais, entre irmãos, entre os membros de uma comunidade, e assim por diante.

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